Carta para abspatologia

 

HTVL-1 e a exacerbação da Doença periodontal inflamatória

                                                                                                                                                 USP Educa para educar o Brasil e ser educada por seus ex-alunos!____________________________________________________


 Professor Schütz como eu trabalho no Estado de São Paulo, em uma região considerada endêmica de paracoccidioidose sul americana ao ler o trabalho do professor da fob/usp Garlet GP ocorreu-me o seguinte questionamento: algumas das lesões estudadas no grupo HTVL-1 não poderiam ser outras lesões simulando a doença periodontal inflamatória? Por favor, esclareça essa dúvida por que estou enviando um caso para publicação em periódico internacional de uma lesão de fúngica simulando doença periodontal.


Resposta de abspatologia

Inicialmente gostaria de esclarecer que a despeito de possuir dois cursos superiores (Farmácia e Odontologia), Mestrado em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da UFRJ, curso de Doutorado em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (Fob/Usp) e ter frequentado aulas na Faculdade de Ciências Aplicadas da HS-anhalt, Alemanha, não sou professor universitário brasileiro. Isso posto, começarei a responder ao seu questionamento com a seguinte afirmação: fosse você, que não é professor universitário brasileiro, o autor do artigo que o professor Garlet publicou, ele seria rejeitado com a justificativa de que muitas das lesões do grupo HTVL-1 poderiam ser outras lesões, inclusive lesões malignas simulando doença periodontal inflamatória.  Entretanto, o corpo editorial desses periódicos, geralmente vinculados aos departamentos acadêmicos de universidades, dentre outros fatores, considera o fato de um dos autores ser professor universitário, bem como o vínculo desse departamento com universidades do país em que o periódico se localiza. Em outras palavras, o trabalho que o Professor Garlet GP publicou seria rejeitado com a justificativa de que não foi apresentada evidência de que o grupo HTYL-1 era constituído exclusivamente por pacientes apresentando lesões periondontais inflamatórias e não por lesões simulando-as. Como o professor Garlet é integrante de um departamento da considerada melhor Faculdade de Odontologia essa falha metodológica é desconsiderada.  Não fosse o professor integrante do Departamento de Periodontia da fob/usp - um dos mais rigorosos departamentos daquela instituição -, tanto que o  professor Sebastião Aguiar Greghi  foi o único membro de minha banca examinadora a conceder-me nota inferior a 10 (9,5) diria que a metodologia empregada nesse trabalho é falha pela primordial razão que você brilhantemente identificou. Mas tenho conhecimento que esse Departamento da fob/usp possui um competente  serviço interno de diagnóstico histopatológico de lesões da gengiva e do periodonto, que, quando não conseguem solucionar internamente o caso, requerem a opinião do gênio da fob/usp , o professor Consolara do Departamento de Patologia. Sendo assim, como o professor Garlet não mencionou, acredito que além do exame histopatológico em H&E tenha também sido realizadas colorações especiais para fungos e imunohistoquímica para lesões malignas (especialmente para células leucêmicas). Mas, vislumbro no professor Garlet uma qualidade que  não tenho observado na nova geração de professores da Universidade de São Paulo (USP), que em seus trabalhos, meramente repetitivos da literatura americana tentam contrariá-la. Seja no grupo HTVL-1, todas lesões constituídas por doença periodontal inflamatória e/ou algumas lesões apenas simulando doença periodontal, o professor Garlet não teve vergonha de comprovar o óbvio (esperado), considerando que tais infecções virais produzem imunossupressão exacerbando o processo inflamatório, seja ele associado ou não á doença periodontal inflamatória. Méritos ao professor Garlet, estranharia se obtivesse resultado diferente.   Eu que entendo que a análise estatística dos resultados ajuda no senso crítico da interpretação dos resultados sou obrigado a concordar com o professor Consolaro,  nesse caso, além do dinheiro gasto, não se fazia mister perder-se tempo na análise estatística do resultado óbvio esperado (exacerbação da doença periodontal).